top of page
  • Foto do escritorArthur Gadelha

Wasp Network: como nasceu o filme americo-europeu produzido por Rodrigo Teixeira

Dirigido pelo francês Olivier Assayas, Wasp Network pisa em solo brasileiro na abertura da 43ª Mostra Internacional de São Paulo


É o ano de Rodrigo Teixeira, produtor brasileiro fundador da RT Features. Ele mesmo disse isso em entrevista ao podcast Cinema na Varanda, ao destacar que 2019 foi seu ano mais exitoso pela sincronia de que diversos projetos nasceram após longo parto e, juntos, celebraram diferentes vitórias. Produziu A Vida Invisível, de Karim Ainouz, vencedor de Melhor Filme na Mostra Um Certo Olhar do 72º Festival de Cannes e representante do Brasil ao Oscar 2020 de Melhor Filme Internacional com chances reais de indicação. Ainda em Cannes, estreou The Lighthouse, segundo filme de Robert Eggers (A Bruxa), e alguns meses depois comemorou dois filmes em competição no Festival de Veneza: Ad Astra, drama existencial de James Gray; e Wasp Network, thillher político com Wagner Moura, Leonardo Sbaraglia, Edgar Ramirez, Penélope Cruz e Gael García Bernal.

"Olivier quis apenas atores latino-americanos [...], buscou atores de El Salvador, de descendência cubana, e isso elevou a obra. Esse filme teve a autenticidade", disse Rodrigo Teixeira na manhã desta quarta-feira, 16, em coletiva de imprensa do filme. A primeira exibição pública acontece no dia 18 de outubro, abrindo a programação da 43ª Mostra Internacional de São Paulo.


Wasp Network é baseado no livro "Os últimos soldados da Guerra Fria", de Fernando Morais. Publicado em 2012, conta a história de uma rede de espionagem cubana formada nos anos 1990 para se infiltrar em grupos anticastristas (contra Fidel Castro) sediados na Flórida, nos Estados Unidos.


Rodrigo conta que ao adquirir os direitos autorais do livro, foi procurado por muitos diretores, mas foi a abordagem de Olivier Assayas (Vidas Duplas, Personal Shopper) que mais o impressionou: “Eu entreguei o livro para um produtor próximo dele e em três semanas ele me ligou falando que o Olivier havia gostado muito do livro. Em Cannes, o Olivier chegou pra mim e fez o pitching do filme... Ele deu um valor a obra do Fernando Morais que nenhum outro diretor brasileiro tinha dado”, afirma. Sobre filmar essa história, o elenco presente na coletiva apontou a complexidade de retratar esse tema cujas ramificações políticas ainda são tão intrínsecas à rivalidade latino-americana com os Estados Unidos, ressaltando a experiência de ter Cuba como principal locação:

Que o filme nos faça pensar sobre uma situação que segue complexa. É um tema complexo. Todos tivemos que fazer um trabalho muito incrível com o cubano e rápido (espanhol cubano). Eu nunca tinha ido ao país e pude desfrutar de toda a qualidade humana do local. Leonardo Sbaraglia

O filme é sobre a natureza humana dos personagens, pessoas que são vítimas da dinâmica da política... Foi duro fazer um filme sobre exilados. Pra mim foi um exercício de empatia muito grande [...] num mundo onde parecem existir verdades dogmáticas, eu gosto de seguir na outra direção. Como artista devemos fazer o exercício de entender o outro e o que nos une como ser humano. O espectador que deve tomar posição Edgar Ramirez

Ainda não há previsão de estreia para Wasp Network no Brasil, mas Rodrigo Teixeira confirma que a distribuidora já está garantida com a exibição em salas comerciais do país. “O título ainda não está certo, mas a princípio deve ser A Rede Vespa". Matéria em colaboração com Bel Vale

bottom of page